Em meio às notícias da disseminação do coronavírus, a maioria delas focadas em divulgar e avaliar as medidas de contenção adotadas pelos governos ao redor do mundo ou mapear a gravidade das infecções e os casos fatais, uma iniciativa com um viés diferente vem chamando a atenção e ganhando espaço na mídia: a criação de um teste para identificar a presença do vírus com resultado em apenas 10 minutos.
A solução, batizada de Hilab, consiste num dispositivo de laboratório que oferece exames remotos, em qualquer lugar, com diagnóstico rápido, e foi desenvolvida pela startup curitibana Hi Technologies. A startup informa que a produção em escala já começou e que o teste deve estar disponível para todos os pacientes já nas próximas semanas (abril). Os testes estão sendo disponibilizados nas principais farmácias que oferecem Hilab, além de ter sido criado um pacote específico para ser usado dentro das empresas.
Para quem já sentiu um certo alívio ao tomar conhecimento da criação do teste rápido, vai gostar ainda mais de saber que a Hi Technologies está longe de estar sozinha no combate ao coronavírus.
Enquanto advogada e professora de startups e, especialmente, enquanto membro ativa da comunidade de inovação, tenho acompanhado de perto um movimento de dezenas de startups brasileiras que estão mobilizadas para pensar e desenvolver soluções que miniminizem os impactos da pandemia.
No dia 13 de março (ontem), foi criado pela Comunidade Governança e Nova Economia um grupo público e nacional no Telegram - Startup vs. Covid19 - grupo temporário de trabalho para ajudar a diminuir os impactos do vírus, que conta com profissionais da saúde, T.I, comunidade e outros, que se juntam em busca de soluções. A iniciativa é apoiada pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
Em menos de 24 horas de trabalho, os organizadores da iniciativa já conseguiram mapear e registrar mais de 30 startups e soluções para orientação da população, prevenção, diagnóstico e tratamento da doença - as chamadas Healthtechs - bem como startups que promovem soluções para home office, colaborando na contenção da doença.

Alguns exemplos de soluções desenvolvidas pelas startups já registradas:
TELEMEDICINA
Plataformas de telemedicina auxiliam na prevenção e tratamento, como é o caso da startup Doutor Orienta, que faz a intermediação de serviços de Orientação Médica por Telefone. Os usuários podem entrar em contato com um médico 24 horas por dia, em qualquer dia da semana, para tirar suas dúvidas.
AUTOMATIZAÇÃO DE PROTOCOLOS
A startup Mindify minimiza a problemática da dificuldade de médicos e pacientes em lidar com a prevenção e tratamento do COVID-19 no que diz respeito a falta de definição de protocolos de referência, por tratar-se de uma patologia nova para a qual não há um "passo a passo" a ser seguido. A solução desenvolvida pela startup foi a automatização de protocolos clínicos que pode ser tanto de triagem e acompanhamento residencial, até a atenção hospitalar intensiva. Além de ajudar a padronizar processos, dados clínicos do mundo real de alta qualidade são coletados para que estatísticas possam ser compartilhadas com as lideranças médicas que estão refinando os protocolos da patologia.
ORIENTAÇÃO DA POPULAÇÃO
A Tribots criou um chatbot para orientações relativas ao COVID-19, de modo que a população possa tirar suas dúvidas de forma mais rápida.
HOME OFFICE
As gigantes da tecnologia também estão apoiando esse movimento, como a Cisco, que possui um ambiente de reunião remota Webex e está oferecendo uso temporariamente ilimitado (sem restrições de tempo) em todos os países onde o serviço está disponível (lista completa aqui , não apenas nos mais afetados pelo coronavírus. A empresa também oferece licenças gratuitas de 90 dias para empresas que atualmente não são clientes Webex e oferece atualizações gratuitas para clientes cujo plano atual é insuficiente para acomodar o aumento do tráfego devido ao surto.
O ecossistema de inovação brasileiro está decididamente arregaçando as mangas para ajudar nessa crise mundial. Afinal, ninguém melhor para solucionar dores de forma rápida e escalável do que as startups.
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A força das startups está nas pessoas que fazem com que as soluções apareçam e aconteçam!
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